Meu nome é Anna Paula Isernhagen Rossetto e minha história começou com uma busca simples, mas profunda: encontrar presença.

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Era 2015. Eu tinha dois filhos pequenos e sentia uma inquietação que muitas mães conhecem bem. Queria algo genuíno que pudéssemos fazer juntos, onde eu não ficasse com a cabeça nas mil tarefas por fazer, mas realmente presente. criando vínculos, tecendo memórias que importassem. Foi assim que me inscrevi no meu primeiro curso de contação de histórias.

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Não imaginava que aquelas primeiras palavras sussurradas ao pé do ouvido dos meus filhos seriam a semente de tudo que viria depois. Havia algo mágico acontecendo ali, uma força ancestral que morava entre as palavras e os silêncios, nos olhos brilhantes das crianças, na presença plena que finalmente eu conseguia habitar.

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Paralelamente, mergulhei em formações terapêuticas que pareciam se conectar por fios invisíveis: Reprogramação Biológica®, Coaching Pessoal e mais tarde em Comunicação Não Violenta, entre outras. Era como se o universo estivesse me entregando, uma a uma, as ferramentas para construir pontes, entre mundos, entre pessoas, entre a dor e a cura. E no centro de tudo, sempre, as histórias pulsando como um coração.

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Comecei então a facilitar oficinas de contação que batizei de "Me Conta uma História", espaços onde as pessoas se encontravam através das narrativas, onde eu via a mesma magia acontecer que havia descoberto com meus filhos. Em 2016, um momento aparentemente pequeno mudou tudo. Um colega que dividia consultório comigo me fez um pedido inusitado: criar um conto especialmente para ele. Algo em mim disse "sim" imediatamente. Quando escrevi aquele primeiro conto terapêutico, quando vi o impacto que ele causou, soube que havia encontrado meu caminho.

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A partir daquele momento, os contos passaram a habitar também o consultório. Comecei a criar narrativas para quem chegava até mim não apenas buscando explicações, mas ansiando por sentido, por reconexão, por um lugar simbólico onde pudessem simplesmente ser e se reorganizar internamente.

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Em 2018, iniciamos o registro da marca Contoterapia®, oficializada em 2019. Não era apenas um nome, era o reconhecimento de algo que já pulsava vivo: um método que nascia da intersecção entre arte ancestral e cuidado contemporâneo, unindo tanto o trabalho clínico individual quanto as oficinas que eu facilitava.

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Em 2020, quando o mundo parou para se reorganizar, nasceu a primeira Formação em Contoterapia®. Não podia mais guardar só para mim essa descoberta de que as palavras podem curar, de que uma história bem contada pode reintegrar partes perdidas de nós mesmos. Era preciso plantar sementes, formar outros cuidadores que também sentiam esse chamado profundo.

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Minha trajetória é feita de múltiplas identidades, fui consultora, confeiteira, gestora, mãe. Cada papel me revelou camadas diferentes de quem eu sou. Mas em 2019, tomei uma decisão que muitos considerariam ousada: acreditei tanto nesse trabalho, nessa descoberta que pulsava dentro de mim, que atravessei o oceano com minha família.

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Não foi apenas uma mudança, foi um mergulho profundo na fonte. Vim parar no norte da Inglaterra, terra das lendas celtas e dos contos originais, com uma sede única: descobrir o que a Contoterapia® realmente é, em sua essência mais ancestral e poderosa.

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Aqui, no berço das tradições narrativas ocidentais, estudei na Escola Internacional de Contação de Histórias e mergulhei nos mistérios da tradição oral. Foi nesse solo sagrado, cercada pela mesma névoa que inspirou os bardos celtas, que compreendi, não apenas intelectualmente, mas em cada célula, que a imaginação não é escapismo. É o caminho mais direto para casa.

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Formo contoterapeutas que carregam essa chama, acompanho processos de transformação através do simbólico, e crio histórias que não vêm para explicar, vêm para acolher, para integrar, para lembrar quem realmente somos. Porque descobri que quando nos permitimos ser tocados por uma narrativa verdadeira, algo em nós se reorganiza naturalmente. As peças soltas encontram seu lugar. A coesão interna, que tanto buscamos, emerge como estado natural ao qual retornamos.

A imaginação não é fuga, é retorno. É só com ela que podemos tecer novas realidades. 

E uma boa história, quando recebida com o ser inteiro, nos devolve a nós mesmos.