
Histórias São Caminhos para a Vida
A Verdadeira História da Contoterapia® não é sobre tendências passageiras ou estratégias de marketing. Ela nasceu da necessidade genuína de encontrar sentido nas histórias e no impacto que elas têm sobre a vida humana.
Histórias sempre acompanharam a humanidade. Elas nos ajudam a compreender o mundo, a dar significado às nossas experiências e a construir pontes entre quem somos e quem podemos ser. Mas contar histórias – e, mais ainda, acolhê-las como espaços de transformação – não é algo trivial. Exige cuidado, presença, escuta profunda e um respeito genuíno pelo que está sendo contado.
Foi dessa compreensão que surgiu a Contoterapia®, uma abordagem estruturada a partir da prática e da pesquisa. No entanto, recentemente, um fenômeno preocupante tem distorcido seu propósito original, comprometendo a profundidade e a ética desse trabalho.
O Nascimento da Contoterapia®
A Contoterapia® não nasceu de uma estratégia de marketing, nem de uma fórmula rápida para atrair público. Ela surgiu de uma vivência, de uma busca genuína por significado através das histórias.
Desde criança, eu sentia a força das narrativas. Meu pai sempre contou histórias da sua juventude cheia de aventuras que me levavam a conhece-lo um pouco mais, além de tocar músicas que pareciam convidar a imaginação para voar. Eu criava universos inteiros a partir desses sons que saiam pelas janelas da casa em direção ao quintal, que se transformava num cenário fantástico para minha imaginação infantil.
Anos depois, a maternidade me reconectou com as histórias, mas agora de um jeito diferente. Buscando me conectar verdadeiramente com meus filhos, redescobri que contar histórias era mais do que uma atividade lúdica — era uma forma de criar vínculos profundos.
Foi então que fiz minha primeira formação em contação de histórias e percebi algo que mudou tudo:
As histórias não pertencem apenas à infância. Elas são um caminho humano, universal.
E essa descoberta abriu novas perguntas:
• Por que algumas histórias nos tocam tão profundamente?
• O que acontece dentro de nós quando uma narrativa ressoa com a nossa vida?
• Como podemos acolher essa potência das histórias para iluminar aspectos importantes da nossa existência?
Fui atrás dessas respostas.
Mergulhei em abordagens que reconhecem a imaginação como um aspecto essencial da experiência humana. Em uma formação chamada Reprogramação Biológica®, estudei temas como constelação familiar sistêmica, filogênese, embriologia, ontogênese, etologia e PNL. Foi nessa formação que, embora não tenha sido seu foco, fiquei impactada com o insight da relação entre imaginação e saúde. Como nossas percepções do mundo afetam diretamente nossos estados emocionais, psicológicos e até físicos.
Foi nesse encontro entre histórias, símbolos e terapia sistêmica que a Contoterapia® nasceu.
O Plágio e o Uso Indevido da Contoterapia®
Com o crescimento da Contoterapia®, um fenômeno preocupante começou a acontecer: o uso indevido do nome, da metodologia e até do conteúdo que desenvolvi ao longo dos anos.
Meu material tem sido copiado sem permissão, reproduzido em cursos, postagens e eventos sem os devidos créditos. Compartilho abaixo apenas uma das situações:


Até mesmo a identidade visual da Contoterapia® foi imitada, com pequenas variações, gerando confusão no público e distorcendo o verdadeiro significado do trabalho.

Isso não se trata apenas de uma questão legal, mas de ética e respeito.
A Contoterapia® não é um produto a ser empacotado e revendido por qualquer um que queira lucrar com histórias. Ela exige estudo, aprofundamento e compromisso com a jornada simbólica.
Quando um conteúdo é replicado sem o devido conhecimento, ele se torna raso, perde sua essência e pode até ser prejudicial para quem busca uma verdadeira transformação.
O Registro da Marca Contoterapia®
A Contoterapia® não é apenas um nome, mas um método desenvolvido com seriedade, fundamentado em pesquisa e prática ao longo de anos. Desde 2019, ela é uma marca registrada, protegendo sua identidade e garantindo que seu propósito original seja preservado.
O registro não impede ninguém de contar histórias ou utilizar narrativas terapeuticamente, pois histórias pertencem à humanidade. O que ele protege é a metodologia específica da Contoterapia®, evitando que seja apropriada sem compromisso com sua profundidade e autenticidade.
A mesma empresa que utilizou indevidamente conteúdos da Contoterapia® e imitou sua identidade visual tentou registrar o nome Contoterapia® em outra classe do INPI, tentando contornar o registro já existente. No entanto, essa estratégia não é recomendada no direito marcário, pois o próprio INPI adota o princípio da especialidade e da distintividade, que visa evitar que marcas semelhantes em classes diferentes confundam o público e criem associações indevidas.
Para proteger a Contoterapia® de novas tentativas de apropriação, foi necessário adotar medidas adicionais de segurança criando assim um banco de marcas. Mesmo diante disso, a mesma empresa que só buscou registrar a marca em 2024, cinco anos depois do meu registro original, alegou na manifestação de oposição que eu é que estaria tentando me apropriar da marca, afirmando que meu banco de marcas seria uma tentativa “parasitária” e de “cópia desleal”.
A contradição é evidente: se a marca já não fosse minha, não haveria motivo para tentar registrá-la posteriormente. O que está em jogo aqui não é apenas uma disputa jurídica, mas a integridade e a identidade de um trabalho. O registro da Contoterapia® existe justamente para evitar que esse tipo de apropriação aconteça e para garantir que o público não seja induzido ao erro.
Proteger a Contoterapia® não é uma questão de restrição, mas de responsabilidade. Quando um conceito é apropriado sem embasamento, ele se esvazia e perde seu impacto real. A verdadeira história da Contoterapia® precisa ser preservada para que continue sendo um caminho de significado, cuidado e transformação.
A Banalização da Formação em Contoterapia®
Nos últimos tempos, surgiram cursos que apresentam a Contoterapia como um atalho para o sucesso financeiro e uma agenda lotada em poucas semanas. As promessas são sedutoras: trabalhe menos horas, atenda mais pessoas, aumente seus ganhos rapidamente. Mas a realidade não funciona assim.
Ser um contoterapeuta não é apenas decorar um método ou seguir um roteiro pronto. A Contoterapia® exige tempo, construção e vivência. Não se aprende a trabalhar com narrativas terapêuticas em um curso acelerado – é um processo que demanda maturação, refinamento e experiência contínua.
As histórias precisam habitar quem as conta. Não basta memorizar técnicas e aplicá-las mecanicamente. O contoterapeuta precisa desenvolver uma relação íntima com as narrativas, compreender sua simbologia e sentir como elas ressoam – primeiro dentro de si, depois no outro. Isso leva tempo.
O que vemos hoje, no entanto, é um movimento que transforma a Contoterapia em um produto empacotado e vendido como fórmula de sucesso. Mas trabalhar com histórias não é um truque de marketing, nem um modelo de negócio voltado para escalar atendimentos. É um ofício que exige escuta real, um tempo de assimilação e um respeito genuíno pelo processo simbólico.
Muitos que participaram desses cursos expressam frustração ao perceberem que o conteúdo não tem a profundidade necessária para sustentar um trabalho sério. A metodologia ensinada não dá suporte real para a aplicação prática. Quando tentam utilizar a técnica, percebem que falta embasamento – porque não há método eficaz sem vivência e comprometimento.
Experiências Reais: O relato de quem participou desses cursos
Os relatos a seguir são reais, confiados a mim por pessoas que viveram essas experiências e que, ao longo do tempo, compartilharam suas frustrações e percepções sobre cursos que prometiam formar contoterapeutas rapidamente. Para preservar a identidade dessas pessoas e evitar qualquer exposição desnecessária, optei por manter o texto o mais genérico possível, sem perder a essência do que foi dito.
Esses são apenas quatro entre os diversos relatos que já chegaram até aqui. Muitos, depois de passarem por essas formações, descobriram que a Contoterapia® pode ser muito mais profunda e ética do que aquilo que lhes foi apresentado. Eles perceberam que trabalhar com histórias não se trata de fórmulas prontas ou estratégias comerciais, mas de um ofício que exige tempo, vivência e compromisso genuíno com o simbólico.
Testemunho 1: A Ilusão do Caminho Rápido e a Falta de Profundidade
Uma aluna começou o curso cheia de entusiasmo, acreditando que encontraria um método bem estruturado para aprofundar seu trabalho com contos. No entanto, rapidamente percebeu que o curso oferecia pouco além de um resumo do livro Mulheres que Correm com os Lobos. Sentiu-se presa a uma abordagem repetitiva e superficial, onde não havia espaço para desenvolver uma visão própria sobre os contos. A estrutura de ensino a deixava confusa, e a insistência em vender novos módulos antes mesmo de concluir o primeiro gerou um incômodo: a sensação de que mais do que uma formação, aquilo era um modelo de negócios voltado ao lucro.
Testemunho 2: O Conflito Entre a Imagem e a Realidade
Outra aluna entrou no curso esperando um espaço de troca e aprendizado genuíno, mas logo percebeu contradições entre o discurso acolhedor e a realidade das práticas adotadas. As turmas enormes tornavam impossível uma experiência personalizada, e o ambiente se mostrava mais voltado à idolatria da professora do que ao desenvolvimento de autonomia das alunas. Quando trouxe questionamentos sobre a interpretação dos contos, encontrou resistência e até silenciamento, percebendo que a metodologia não se sustentava em bases sólidas, mas sim em um sistema fechado onde a autoridade da instrutora não podia ser contestada.
Testemunho 3: O Perigo da Superficialidade e a Falta de Ética
Uma terceira aluna, já com uma bagagem extensa de estudos, logo notou que o curso carecia de uma abordagem consistente. As explicações eram rasas, as aulas se resumiam à leitura de materiais e os conteúdos eram apropriados de outras fontes sem os devidos créditos. Mais do que isso, percebeu que o trabalho com os contos estava sendo conduzido de maneira perigosa, sem a devida responsabilidade com o impacto simbólico e psíquico dessas histórias na vida das pessoas. Foi tomada por um profundo desconforto ao perceber que a Contoterapia estava sendo tratada como um produto de marketing, e não como um ofício sério e cuidadoso.
Testemunho 4: Chocada com a Farsa
Ela entrou no curso esperando uma aula, mas o que encontrou foi uma encenação. A instrutora fingia ensinar, mas apenas lia um texto mal escrito, sem revisão, tentando disfarçar a falta de domínio com gestos ensaiados e expressões artificiais. Os cortes excessivos nos vídeos denunciavam a tentativa de mascarar um conteúdo fraco, que, quando entregue às alunas, revelou-se ainda pior: um material medíocre, sem profundidade, sem coerência (palavras da aluna). O choque veio ao perceber que muitas mulheres estavam investindo dinheiro e esperança nessa formação, acreditando que estavam recebendo algo valioso, quando, na verdade, estavam sendo enganadas. O que deveria ser um espaço de aprendizado era, na realidade, um jogo comercial, onde a única preocupação parecia ser vender mais.
Uma Reflexão Coletiva
Essas alunas, cada uma a seu modo, perceberam que aquilo que buscavam – um trabalho profundo, ético e respeitoso com os contos – não se encontrava naquele espaço. A falta de embasamento, o foco exagerado em faturamento e a resistência a questionamentos fizeram com que elas buscassem outros caminhos. O que deveria ser um percurso de aprendizado tornou-se uma jornada de desilusão.
Contudo, cada uma delas também encontrou, fora dali, a possibilidade de se conectar com uma abordagem mais íntegra e coerente, que respeita a profundidade dos contos e a singularidade de cada pessoa. Hoje, sabem que a Contoterapia® não pode ser reduzida a fórmulas prontas, e que um trabalho verdadeiro com histórias exige cuidado, tempo e autenticidade.
Se você deseja trabalhar com Contoterapia®, ajuste suas expectativas. Esse é um caminho de construção diária, não de soluções rápidas. A Contoterapia® não é um modelo de negócio baseado no imediatismo – ela exige profundidade, envolvimento real com as histórias e um compromisso genuíno com a jornada simbólica.
Antes de conduzir uma jornada simbólica, é preciso resgatar a importância das narrativas na vida humana.
Não contamos mais histórias como antes. E isso não é ensinado nesses cursos.
Dizem que basta se formar, divulgar nas redes sociais e definir um número de participantes – e os resultados virão. Mas não é assim que acontece.
O verdadeiro trabalho com histórias não se trata apenas de técnicas ou métodos, mas de uma relação viva e autêntica com a narrativa. Se as histórias não fazem parte da sua vida, como você espera que façam parte da vida dos outros?
Antes de oferecer Contoterapia®, é preciso vivê-la.
A Necessidade de Preservar a Verdadeira História da Contoterapia
Se nada for feito, a Contoterapia pode acabar banalizada, como aconteceu com o coaching no Brasil.
Uma prática que, em sua origem, poderia ser, e é, valiosa, mas que foi esvaziada por promessas superficiais e transformada em um mercado de soluções rápidas.
O resultado? Um conceito desacreditado, visto com desconfiança.
Eu não posso permitir que a Contoterapia® siga esse mesmo caminho. Porque o que está em jogo aqui não é apenas um nome ou uma metodologia, mas a preservação de um trabalho que tem o potencial de gerar mudanças reais.
Se esse espaço for tomado pelo imediatismo, pelo desejo de vender promessas irresistíveis, perderemos aquilo que realmente importa: a capacidade das histórias de tocar, transformar e resgatar o que há de mais humano em nós.
E é por isso que eu não posso me calar.
Porque histórias não são atalhos. São caminhos.
Se você acredita na força das histórias, se sente que esse trabalho precisa ser protegido, eu te convido a continuar acompanhando essa jornada.
A verdadeira história da Contoterapia® sempre foi e sempre será sobre cuidado, escuta e transformação.
Obrigada por estar aqui, por ouvir essa história e por fazer parte dessa mudança. 💛 Anna Rossetto
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